por Jayme Ramos
PARI E SEUS FILHOS FAMOSOS
Se no futebol o Pari é um verdadeiro celeiro de craques, a cada semana aqui surgem nomes de vários jogadores que sairam das ruas e dos campos da várzea parienses, em outros esportes embora em menor grau vários ídolos sairam do nosso rincão.
No automobilismo o nosso ídolo maior foi o inesquecível Lobo do Canindé o Camillo J. Chistopharo com a sua carretera campeã tantas vezes em Interlagos. Sobrinho do primeiro brasileiro vencedor de um grande premio de Fórmula 1, Chico Landi,Camillo ainda viveu para ver seu filho Camilinho vencer provas no Automobilismo.
No basquete muitos deste blog , hão de se lembrar do sensacional quinteto da Congregação Mariana do Pari. Da quadra do Convento Franciscano de Santo Antonio do Pari, o "five" da Congrega saiu para conquistar inúmeros triunfos até contra equipes de 1a. linha,como o Espéria, Tietê e outras.Em casa então ninguem resistia ao time de basquete azul e branco. Devemos lembrar ainda que jogadores como Braz, Lile , sairam da quadra da rua Hanemann e integraram o time principal do Corinthians na década de 50 , que se sagrou OCTACAMPEÃO, dando motivos para a Fiel gritar a plenos pulmões em várias quadras o famoso É com o pé é com a mão o Coríntia é Campeão! Anos mais tarde José Braz aí como técnico da Seleção Brasileira sagrou-se Bi Campeão Mundial em pleno Maracanãzinho.
Devemos lembrar ainda que o saudoso pariense Frei Agostinho Salvador Picollo, um dos orgulhos de nosso bairro e uma figura de alto conceito na Igreja, nas suas raras horas de folga tambem jogava um basquete de alta categoria, só não indo jogar em equipes maiores devido aos seus inúmeros afazeres religiosos e educacionais.
Tivemos ainda nos esportes, digamos radicais , o pariense Euclides Pinheiro ( primo do Camilo Chistopharo)com o seu fiel escudeiro Sizo fazendo verdadeiras loucuras para a época com os seus carros, inclusive com os mesmos saltando de rampas e correndo com apenas duas rodas.
Na crônica esportiva , dos bancos escolares do Pari surgiram tambem vários craques que encheram de orgulho o peito dos parienses, começando pelo Milton Peruzzi num passado não tão remoto , passando pelo Laércio Arruda, Osvaldo Paschoal e o ainda jovem mas brilhante comentarista do Sport TV o André Lofredo, como já disse filho do Roberto, dirigente do Glorioso e que estudou comigo e com o Laércio no Sto. Antonio. Temos um pariense que exerce com brilhantismo a atividade de grande comentarista de boxe que é o Newton Campos.
Portanto sob a sombra protetora das torres da igreja do nosso padroeiro , muita gente boa passou e há de passar e que continuarão a levar o nome do nosso querido PARI aos lugares mais distantes deste mundo de Deus.
Desculpem, já ia esquecendo do grande cestobolista da época , grande jogador da várzea pariense, o pai do Pompeuzinho ( líder da minoria corinthiana na Bica D'Água ), o sr. Telêmaco Pompeu. O sr. Telêmaco foi mais tarde árbitro de futebol, de basquete e de memoráveis lutas de boxe. Não podíamos esquecer tambem do sr. Rosal das bicicletas, um grande árbitro de boxe.
Na década de 30 ,o sr. Oswaldo que era balconista de uma farmácia da rua Oriente,foi vencedor de uma São Silvestre e no Sulamericano de Atletismo realizado no Peru , ele foi Campeão de Pedestrianismo.
Competindo pelo C.R.Tietê, na década de 80, o sr. Moacir Braga foi Campeão Mundial de Natação (Masters com mais de 70 anos) no Rio de Janeiro.
Um operário da extinta Independência de Alimentos ( CIPAL)na Rio Bonito, ainda rapazola começou a treinar boxe no Luzitano, tendo logo despertado a atenção de olheiros.Foi levado para o CMTC Clube, aprimorou -se e tornou-se pugilista profissional, ganhando vários títulos numa carreira brilhante. Seu nome era João Henrique, garoto humilde que morava numa humilde casa da João Boemer e graças ao seu esforço tornou-se um grande atleta. João Henrique faleceu muito novo, num acidente de onibus na estrada de Mogi, não sem antes ter prestado socorro a vários acidentados. Foi um verdadeiro herói e esse ato foi presenciado por um primo que estava num outro onibus que tambem regressava da mesma faculdade do João Henrique.
Continuando a série" Pari e seus filhos famosos"tenho que em primeiro lugar agradecer as várias indicações como a do Nelson Gonçalves que cantava pelas ruas do bairro, inicialmente com a sua mãe e seu irmão Quincas , fadistas ,acompanhados por um deficiente visual ao som de uma harmonica. Tem a indicação de vários jogadores dadas pelo Nilton ,Vicentinho, pelo Waldir , sobre o Juths, o Dias , o Enéas, o Wilson Carrasco e outros.
Vasculhando a minha memória, lembro que o Pari "exportou"creio que um dos primeiros craques para a América do Norte, um dos primeiros ídolos da minha infância no futebol e no futebol de salão, o Rubinho. Filho de um amigão do meu pai, o seu Antonio "Peitudo"e da sra.Da. Ana, que tinham um bar em frente ao Leite União , na Rio Bonito, até hoje mora nos EUA, mas não esquece as suas origens .Rubinho iniciou sua carreira nos meus queridos Dragão Paulista e Montreal Club.
Na Olarias, morou por muitos e muitos anos o eterno massagista do "Campeão dos Centenários"o estoniano mas pariense de coração, Oscar Davidson.
Neto de um dirigente do Luzitano tão fanático,que num prédio de sua propriedade colocou vitrais com o símbolo das cinco quinas e sete castelos, Esquerdinha deu os seus primeiros no futebol na Lusa. Alguns anos mais tarde, o jogador que foi criado na Virgílio, jogou no Palmeiras, no Juventus e outras equipes do interior paulista.
Marcelo Djian, nascido e criado na Siqueira Afonso, ali debaixo das bençãos da Igreja de Santa Rita de Cássia, dos infantis do Vigor, comandado pelo Sargento, paciente e dedicado treinador das equipes de base do time azul da Carlos de Campos, foi para o Corinthians ,onde deu muitas alegrias para a Fiel Torcida. Jogou depois na França, com grande destaque. Depois retornou ao Brasil, onde atuou muito bem no Cruzeiro, no Galo e hoje é um empresário de sucesso. Para quem não sabe, o Marcelo Kirimitedjian, esse seu nome completo é filho do aguerrido zagueiro do Bandeirantes do Pari ( da rua Itaqui com Paganini ) o Pestana(já falecido).
Quando o São Paulo F. C. era nosso vizinho no bairro e eu com meus irmãos lá íamos brincar por inúmeras vezes e meus tios tinham um barco no qual remavam nas águas límpidas do nosso querido Tietê, vários jogadores por aqui moravam. Um grande goleiro do Tricolor, morou até sua morte na rua Tereza Francisca Martin (ex-Estiva).Trata-se do grande Mário, um craque que acabou adotando o Alto do Pari por lar e aqui constituiu família.
Na Juruá morava o mordomo Serrone do São Paulo. Mordomo, na verdade é um cargo que só o então Tricolor do Canindé possuia e no caso do "seu"Serrone era um misto de conselheiro, amigo e paizão dos atletas. A sua modesta casa da Juruá era ao mesmo tempo um confessinário, uma clínica terapêutica, um lar para vários jogadores, que muitas vezes provenientes das regiões mais longínquas do país e carentes dos carinhos e companheirismo dos familiares tinham no Serrone e sua esposa , mais que amigos , verdadeiros pais.
Por falar em S. Paulo, o Canindé teve além do Dias , um jogador de bom nível ,o Américo, pai do Ameriquinho,do Zé Salomão e do Pelé Branco.
Craque do Pedaço da Alegria F.S.(do bar Pif-Paf,nos anos 80) e levado pelos mãos do Mário ,na Portuguesa e mais tarde na Ferroviária e dali para a Rússia, tivemos o Carlinhos.
Enfim, desde a década de 10 do século XX,o Pari é um verdadeiro celeiro de craques,uns com mais outros com menos sucesso. Quantos futuros artistas da bola a esta hora ,estão ralando seus joelhos e aprendendo a dominar a deusa dos gramados, nos campos do Vigor, do Estrela do Pari e do Serra Morena, jogando no Flamenguinho,no Flor do Brás, no Glorioso ou nos próprios donos dos estádios? esperamos que muitos e que no futuro nós estejamos aqui no meu blog, nos orgulhando deles e de boca cheia falarmos , que fulano começou em tal clube e hoje joga na Seleção,etc.
A todos um abraço de um pariense fanático, Jayme
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