Hermes Boró, filho de um dos fundadores do Estrela do Pari F. C., era um dos mais animados foliões nos grandiosos bailes carnavalescos estrelanos.
No Pari, o Carnaval antigo se limitava às crianças se fantasiarem e seus pais exibirem orgulhosos nos domingos e terça-feiras gordas os piratas, as odaliscas, as fadas, etc.
Houve na década de 30 , na Praça Padre Bento, desfiles de carros alegóricos, algumas bandas tocando, alto-falantes tocando marchinhas carnavalescas da época. Esse Carnaval era patrocinado por uma loja de tecidos de nome Santo Antonio ( da família Saad) e por uma loja de calçados denominada Términus.
Minha mãe veio assistir acompanhada de primas e outros parentes e ela diz até hoje que era bonito, pena que fizeram poucos anos.
O Brás, bem perto do Pari, ofuscava o nosso Carnaval, com seus corsos, desfiles de sociledades carnavalescas com muito confete, serpentina e o gelado lança-perfume.
Nos tempos de infância e adolescência, as meninas seguravam nas ruas serpentina de um lado e de outro para os raros carros levarem. Os meninos jogavam água e um preparado químico chamado sangue de diabo nos transeuntes e nos passageiros de ônibus. No Pif-Paf nos sábados à tarde durante anos houve guerra, no bom sentido, só entre membros da turma ,de farinha, água, etc.
Mas, o pico mesmo eram os bailes nos clubes, CMTC, Estrela , Independência, Luzitano, Silva Telles. Com a inauguração do Ginásio da Portuguesa e a realização dos bailes de Carnaval antes realizados no centro( Palácio Mauá ) os bailes dos outros clubes foram se acabando.
Pois bem, com o aumento do poder aquisitivo da população e a construção de ótimas estradas para o litoral, de carro chega-se com relativa facilidade às praias e hoje até o carnaval de clubes na capital foram se acabando.
O Pari nunca teve carnaval de rua com escolas de samba, ranchos, etc. Existe no bairro vizinho , o Brás, o Colorado, um time de futebol que virou escola de sanba, que chegou a disputar o grupo principal na passarela do samba, depois foi perdendo o apoio e hoje se não me engano , disputa o Terceiro grupo, lutando com muitas dificuldades e sobrevivendo com a luta de abnegados.
No passado ,quando eu era criança, o Estrela e o Luzitano , nos domingos de carnaval, faziam um jogo de casados contra solteiros, com os jogadores devidamente fantasiados. Era muito divertido.
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