O Canindé, às margens do Tietê: paisagem da cidade 'de verdade' (Foto: site oficial Portuguesa)
Muito possivelmente a Portuguesa terá de disputar a Série B do Brasileirão em 2014, mesmo tendo feito uma campanha mais digna do que pelo menos cinco ou seis adversários da Primeira Divisão em 2013. Mas não vou entrar em questões de Justiça.
O que me irrita mesmo nestes dias é ver colegas e amigos (alguns que adoro) defendendo teses como "a Lusa não deveria nem existir".
Ai de ti, futebol paulista, se a Portuguesa não existisse. A Lusa é o Juventus que deu certo. A Lusa não é 'cult', e por isso é tão atacada quanto o representante da classe C que ousa engrossar a fila do check-in no aeroporto e esbarrar com a turma "A e B" à beira da esteira de bagagens.
Nada contra o mítico time da Mooca (calma, irmão Chiorino – provavelmente também um defensor da Lusa). Quem nunca viu um jogo na Rua Javari saboreando um cannoli bom sujeito não é.
Mas a Portuguesa é de verdade. O Canindé é trabalho, meu filho. Já escrevi isso aqui. Digo isso com a boca cheia de quem já fugiu do vestiário para o meio do gramado para não correr o risco de apanhar da torcida mala ("alho, alho, alho, imprensa do caralho!"). De quem já viu colegas sangrando e carros amassados por conta de uns leões que de fabulosos nada têm…
Então, repito: a Portuguesa é de verdade. A Lusa joga para valer, com elencos em geral medíocres e dirigentes absurdamente despreparados. Mas está lá, incomodando. Suando, ganhando seus pontos.
O Palmeiras extrapolou a linhagem italiana, e o Juventus, como já disse, não sai das fronteiras do reino mooquense. A Lusa, portanto, é o time de colônia que mais vingou no futebol brasileiro.
Salve meu avô Del Rio! Salve amigos filhos ou netos de portugas como eu, mas que seguiram fieis à causa lusitana!
Aconteça o que acontecer no famigerado STJD, o velho, mas sólido Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (um estádio de verdade, de um time de verdade) continuará lá, à beira da feia Marginal Tietê a nos lembrar que você existe sim, Lusa. E sempre terá de existir.
Ai de ti…
Luiz Augusto Lima
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