GINÁSTICA CEREBRAL: VOCÊ A PRATICA?
Atreladas à correria da vida moderna, muitas pessoas sentem-se estafadas, sem ânimo para enfrentar o dia-a-dia. A todo instante são colocadas à prova. Exauridas, muitas chegam à velhice sem ânimo para aproveitar o que a vida tem a oferecer. Aí, adoecem, tornam-se dependentes de seus familiares e sentem que tudo foi em vão.
Mas ninguém precisa ficar preso a uma história como essa. Basta cuidar mais da mente: mantendo o cérebro ativo, garantimos mais saúde, energia e serenidade. Mas, para colher esses frutos, é preciso plantá-los! E quanto antes, melhor!
Se, por um lado, distúrbios de memória vêm atingindo cada vez mais pessoas entre 25 e 50 anos de idade, por outro, têm sido cada vez mais freqüentes os casos de idosos com mal de Alzheimer, uma demência relacionada ao aumento da expectativa de vida. Tanto o primeiro quanto o segundo caso afetam em muito a qualidade de vida das pessoas atingidas, prejudicando desde o desempenho profissional, passando pelo sexual, por problemas de relacionamento e atingindo até mesmo sua saúde física, por causa do enorme desgaste emocional.
O cérebro é como um músculo. Mas, diferentemente dos músculos que dão sustentação ao corpo e que podem ser trabalhados repetida e exaustivamente na academia, o cérebro precisa de desafios, de novidades. Veja o que pode ser feito:
Ler
A leitura ativa inúmeras áreas importantes do cérebro, uma vez que para decifrar uma frase, os neurônios terão de resgatar as regras gramaticais aprendidas há muito tempo; para prosseguir com a leitura, a memória terá de armazenar o conteúdo já lido; e para compreender o texto todo, terá de haver um resgate na memória de todo o conhecimento básico adquirido ao longo da vida…
Propôr-se desafios
Desafios é um bom exercício para o cérebro. Não precisa ser radical, basta tentar fazer um novo caminho para ir ao trabalho ou se propor a realizar uma tarefa com a qual você não tem familiaridade. Se você for metódico, faça algo criativo; se for criativo, faça algo que peça disciplina e regularidade…
Ter objetivos
Tenha objetivos bem definidos. Se você não sabe onde deseja estar, não vai saber quando conseguirá chegar lá! Então, planeje sua vida. Defina metas e trace planos de ação.
Conversar
Durante uma boa conversa, você desenvolve não só a sua habilidade de comunicar-se com outras pessoas, como também a sua capacidade de organizar pensamentos e idéias, argumentar, convencer, escutar, prestar atenção, debater e criticar, tudo de forma lógica e sempre respeitando a opinião do outro.
Envolver-se
Estatísticas mostram que, apenas ouvindo, retemos até 20% do que nos é ensinado, e apenas olhando, retemos até 30%. Se ouvirmos e olharmos, podemos reter até mais de 50% das novas informações, e se nos envolvermos, nossa capacidade de memorização vai para 70%. Agora, se tentarmos fazer o que nos estiver sendo ensinado, a capacidade de assimilação pode chegar a 95%.
Criar conexões
Crie conexões entre as novas informações e o conhecimento já adquirido. Como professores de cursos pré-vestibular, você pode organizar as informações de modo a criar rimas ou pode organizar das informações a serem memorizadas em ordem alfabética.
Os vilões do esquecimento
- Dormir pouco
- Vida sedentária
- Emoções negativas
- Tabagismo
- Alcoolismo
- Outras drogas
Só adquirindo hábitos de vida saudáveis é possível preservar a mente e mantê-la afiada durante muitos anos. Depende de você e do que você quiser para o futuro.
Médico cardiologista, mestre em cardiologia, nutrólogo, professor e coordenador do curso de pós-graduação lato sensu Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase – Prevenção e Tratamento de Doenças relacionadas à Idade, da Uningá – Centro Universitário Ingá. Também é autor de mais de 100 trabalhos científicos, publicados em revistas médicas americanas indexadas, e de 38 livros (15 best sellers e 26 traduzidos para outros idiomas), disponíveis em mais de 40 países. Morou 17 anos nos Estados Unidos, trabalhando na Harvard Medical School, Baylor College of Medicine e Thomas Jefferson University, além de atuar como diretor-médico na Merck Sharp & Dohme e diretor-executivo, alcançando a vice-presidência, na Ciba Corporation, hoje Novartis.
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