A Conta Que Não Fecha Por Wagner Wilson O bairro do Pari, tradicional reduto comercial da cidade de São Paulo, vive um paradoxo inquietante. Por um lado, abriga lojistas e empresários que movimentam milhões em mercadorias, ocupando espaços alugados a valores altíssimos — às vezes na casa de dezenas de milhares de reais mensais. Por outro, muitos desses mesmos comerciantes hesitam em investir R$ 50,00 para anunciar seus negócios em um mapa comunitário que busca valorizar o território e promover a economia local. Essa aparente contradição revela uma conta que não fecha. Como pode alguém pagar caro por um ponto comercial, desfrutar do fluxo diário de consumidores e não se dispor a contribuir minimamente com o fortalecimento coletivo do bairro? O resultado é visível: ruas movimentadas, mas pouca coesão comunitária; vitrines cheias, mas sem retorno social; lucros altos, mas investimentos nulos na identidade local. Pior: m...