O Lixo Está na Moda Por Wagner Wilson Caminhar pelo Brás, um dos maiores polos de moda popular do Brasil, é observar de perto um fenômeno que poucos enxergam com profundidade: a engrenagem invisível que move toneladas de roupas, tecidos e tendências — e que gera, todos os dias, um mar de lixo têxtil às margens da legalidade. A cada madrugada, sacos e montanhas de sobras industriais são despejados nas ruas do bairro. Restos de confecção, retalhos e peças com defeito se acumulam nas calçadas como marcas da pressa e da lógica do descartável. A moda rápida, que produz em ritmo frenético para atender a demanda por preço baixo, cobra um alto custo ambiental e social. Pirataria e falsificações correm soltas. Marcas copiadas, etiquetas adulteradas e produtos que se vendem como “originais” abastecem lojas e camelôs. Por trás dessas vitrines, funcionam oficinas clandestinas, muitas vezes operando em condições insalubres e com mão de obra...