Muitas vezes, quando quero ficar quieto, calmo, cabeça limpa, silêncio, tenho um quadro antigo, pequeno, 60x50 mais ou menos, com uma bela paisagem - um campo com um gramado verdejante e um riacho azulado límpido e transparente, uma variedade de árvores de tamanhos diversos, montanhas ao fundo e um céu azul anil com brancas nuvens.
Fico a ver e a olhar, imaginar, a tentar me enquadrar e, de repente, estava dentro do quadro, fazendo parte dele.
Eu estava naquela bela paisagem que a Natureza nos presenteia sempre que quisermos, entrei na beira do riacho de águas frescas, com um calor gostoso e aquele gramado meio selvagem, as árvores protegendo toda beleza com uma bela sombra. Sentei-me em suas enormes raízes e fiquei olhando as montanhas. Acho que foram dois sonhos. Um deles acordado, mas no outro eu fui longe. A imaginação funciona e vamos aonde queremos. Nosso cérebro é infindável.
Certo dia, minha mãe, calminha e com a cabecinha mais serena, me disse que, pela janela, ficou me olhando e imaginou que coisas belas e bonitas eu via naquele quadro.
Ai, digamos que minha mãe me tirou daquela contemplação e, para não alongar o assunto, eu disse que só admirava o quadro e que o achava bonito. Não é preciso tomar drogas para sairmos de nosso mundo, basta olhar para algo que nos aprouver e nos deixar levar pela imaginação, pela sensibilidade, pela vontade de viajar um pouco...
– Claudio Cursini - 28/01/2014 08:48
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