O Mundo é pequeno !
Dois amigos do bairro, que frequentaram os mesmo lugares desde criança. Não eram amigos do peito como se dizia, mas se encontravam no curso primário, nos jogos de futebol de rua, nos bailinhos da vida, nos bailes de formatura, nos carnavais e festas juninas da Portuguesa, enfim dois parienses nascidos no início dos anos 60 , como tantos outros. Um era o Aurélio o outro Laurindo. Os anos se passaram rapidamente, o contato diminuiu quando ambos quando se casaram e mudaram para outros bairros, como acontece
com os jovens do Pari, desde o início dos anos 70, devido a Lei do Zoneamento que engessa o progresso do bairro e não permite a construção de prédios mais modernos, só permite lojas , albergues e prédios para pessoas que pertençam a movimentos dos sem -tetos e invasores profissionais de prédios.
Claro que sob qualquer pretexto eles visitavam o bairro , Aurélio engenheiro de uma grande construtora e elemento de confiança e Laurindo com a sua empáfia e fama de valentão, com seus carrões zero, roupas de grife, etc, dizia que possuía uma empresa de segurança para pessoas aquinhoadas pela grana alta.
As pagelas da folhinha iam caindo, os anos voando e um dia, lá estava Aurélio fazendo o pagamento ao pessoal de uma obra na zona Sul, elemento de confiança da construtora que era, quando irrompem tres elementos fortemente armados gritando ferozmente que era um assalto, mãos prá cabeça, etc. quando de repente um fica pasmo olhando para o outro,sim isso mesmo, Laurindo era o chefe dos bandidos e agora? Laurindo baixou a arma , assim como os seus dois comparsas e saindo de fininho , dizia voces não estâo sendo assaltados? então foi um alarme falso que recebi ? puxa falô , tchau , onde será que foi a comunicação de assalto que a empresa recebeu?
Ninguem entendeu nada, os funcionários, Aurélio ficou pasmo , só recobrando os sentidos plenos quando um dos peões da obra com a mão estendida para pegar o pagamento , falava" seu Aurélio, agora é a minha vez,né?" sim, sim,sim é a sua vez,confere e assina.
Este fato aconteceu há mais de vinte anos e algumas pessoas ficaram sabendo só agora, Aurélio guardou para si, pois nem ele achava que era verdade,achava que havia sido um pesadelo.
É como dizia o velho "seu" André, pai dos irmãos Duca, Carlito e Ovídio e que era filho de escravos, entre uma pitada no cachimbo de barro e outra, sentado num caixote na venda do meu pai, onde estimado por todos batia um papo alegre e gostoso dando verdadeiras lições de vida: " quem vê cara, num vê coração,he,he,he…" e soltava uma gostosa gargalhada.
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