CRIMES INSOLÚVEIS NO PARI
O Pari sempre foi um bairro pacato e familiar. Todos lembramos das brincadeiras de rua,
com as senhoras sentadas com as cadeiras nas calçadas, os bares das esquinas lotados de
jovens e senhores batendo papo.
Alguns chegavam até a bater uma bola nas ruas de pouco trânsito do então bairro doce de São Paulo.
A 12a. Delegacia situada na época na Itaqui com Quixelos e posteriormente na Rio Bonito onde está até hoje, limitava-se a atender briguinhas, um ou outro meliante portando pequena quantidade de narcóticos, como dizia o noticiário policial de então. Sempre ocorrências menores. Porisso, quando havia algum homicídio, raríssimo naqueles anos , o povo pariense se aterrorizava.
Aproveitando que o noticiário policial toma conta das manchetes da mídia, falaremos de dois assassinatos de parienses, insolúveis até hoje.
Maria Luiza era uma jovem e bela professora, querida por todos, uma amiga, filha e irmã exemplar. Lecionava num colégio da Moóca e professora querida que era, andava da escola até o ponto do onibus que a levava ao Pari, acompanhada por vários alunos e alunas, sempre alegres e felizes com as respectivas companhias.
Uma noite, Maria Luiza não daria a última aula conforme a grade da escola daquele dia.Naquele dia , Maria Luiza subia aquela rua sòzinha, num trecho que não possuía iluminação.
Ninguem soube como aconteceu e o fato terrível só foi percebido pelos alunos que após o término da última aula, por lá passavam e viram o corpo da estimadíssima mestra estendido , já sem vida no chão e com uma faca enterrada em suas costas. Foi um desespero, logo a notícia chegou ao Pari e a tristeza tomou conta do bairro, deixando a todos com uma grande dor.Ao seu enterro acorreram centenas de pessoas amigas e até com pouca amizade, numa solidariedade própria do pariense .
Esse crime ocorreu em meados da década de 60 e após longas e infrutíferas diligências e interrogatórios não se descobriu quem matou a Maria Luíza.
O outro crime , mais recente, foi o da cantora lírica e professora de canto, violão, piano e dança,
a inesquecível Norma Cresto em sua própria casa na Rio Bonito. Dona de uma cultura musical sem igual, possuindo um círculo amplo de amizades, Norma foi assassinada e até hoje, passados vários anos o homicídio não foi solucionado. Várias hipóteses foram levantadas, desde as mais
absurdas até algumas possíveis, porém, nenhuma resistiu às análises científicas e técnicas das autoridades policiais.
Foram momentos de grande choque e indignação por parte da população, principalmente das
pessoas que privavam das boas amizades destas duas pessoas de grande gabarito e moral, que
eram as professoras Maria Luiza e Norma e cujas vidas foram ceifadas pelas mãos de bárbaros e covardes criminosos , interrompendo uma sequência de amor, sucesso e êxito em suas carreiras.
São atos que os parienses jamais esquecerão e que até hoje cobram das pessoas encarregadas, justiça, que apesar de tardia , deverá ser feita.
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