Em 1958, o jovem repórter Audálio Dantas resolveu fazer uma matéria numa das poucas favelas de São Paulo, na época chamada de maloca, a do Canindé. Ficava onde hoje fica o Galinhada, onde fica o prédio da Prefeitura da rua Azurita, na época rua do Porto e englobava aquela região onde ficam as ruas
atrás da transportadora Minas Goiás.
Audálio descobriu uma mineira de Sacramento , a dona Carolina que catava papéis para sustentar a si e aos seus filhos. Dona Carolina escrevia um diário, que mais tarde virou reportagem, que virou o livro que foi traduzido para várias línguas ,"Quarto de Despejo ".
Na foto ao lado vemos dona Carolina, ao fundo a maloca do Canindé e uma das muitas lagoas que existiam na região. A maloca foi demolida pelo então prefeito Prestes Maia, que em troca financiou casas de alvenaria a baixo custo na Parada XV de Novembro, Zona Leste. No local da favela construiu residencias de um padrão melhor.Estas fotos são do arquivo do jornalista Audálio Dantas, que revelou Carolina para o mundo.
Um dos trechos do manuscrito de dona Carolina. O papel que ela catava nas ruas do bairro era separado, uma parte vendia a outra ela usava para escrever.
Na foto abaixo vemos o jovem reporter Audálio Dantas, que mais tarde se tornou um dos grandes nomes do jornalismo latino-americano.
O jornalista Paulo Moreira Leite, do "O Estado de São Paulo", tambem é um especialista no tema Carolina Maria de Jesus e
no seu blog , podemos saber de informações mais detalhadas sobre o tema.
Eu era criança e lembro da figura de dona Carolina indo aos sábados numa fábrica de biscoitos ao lado da venda do meu pai,
com outras pessoas buscar bolachas quebradas.
A favela do Canindé ficava no caminho da balsa que ligava o bairro com a Corôa, ou melhor o campo da Portuguesinha ( time da favela ) com o campo do Brasil F. C., que ficava onde hoje é o Center Norte.
Passei centenas de vezes de bicicleta pela favela, de dia de noite, sózinho, acompanhado, nunca ninguem mexeu comigo, passava por lá tranquilo.
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