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A lição do Recife


Notícias sobre novo protesto hoje no Recife circulam pelas redes sociais

Publicação: 21/06/2013 07:17 Atualização: 21/06/2013 09:35
Os jovens se fizeram maioria nessa quinta-feira ao tomar as avenidas levantando a voz de uma forma nova. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
Os jovens se fizeram maioria nessa quinta-feira ao tomar as avenidas levantando a voz de uma forma nova. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
Informações desencontradas dão conta de um novo protesto hoje, com concentração novamente na Praça do Derby às 16h. As notícias sobre o suposto novo ato circulam no Facebook. O Diretório Acadêmico de Estudantes (DCE) da Unicap, que responde pela página #àlutarecife, no entanto, informou que está no aguardo de um indicativo do movimento nacional sobre o reencontro. 

Ontem, o Recife se preparou, parou o comércio mais cedo, suspendeu expedientes em repartições públicas e empresas privadas, mudou o trânsito nas principais vias que dão acesso ao eixo principal da cidade. A partir das 15h, um mar de gente inundou o centro da capital pernambucana durante a maior manifestação política ocorrida desde as Diretas Já, em 1984. A Avenida Conde da Boa Vista ficou tomada por caras-pintadas, gente vestida de verde-e-amarelo ou de branco como símbolo de paz. Pelo clima pacífico, o movimento do Recife se destacou da onda que cobriu mais de 100 municípios brasileiros. 

Os participantes seguiram em marcha protestando contra a corrupção, os políticos, a má qualidade da educação e saúde, a homofobia, o descaso com a seca nordestina e tantas outras causas levantadas em cartazes improvisados, muitos pintados a dedo com tinta guache. “Revolução não! Evolução”, definia um dos cartazes, em tom sério. “Olha que legal. O país parou e não é Carnaval”, comemorava outro mais debochado. Na varanda de um apartamento, uma senhora exibia a frase “Vamos à luta, Brasil, pelos direitos do povo!”. Era o resumo do sentimento de todos os que foram às ruas.

Os jovens se fizeram maioria nessa quinta-feira ao tomar as avenidas levantando a voz de uma forma nova. Não se via carros de som, bandeiras de partidos políticos, carta com pauta de reivindicação, um só grupo representado, liderança. Nada que lembrasse institucionalização, organização. Como cresceu, erguido pelas pessoas com o simples desejo de se expressar em sua pluralidade, o protesto de ontem pode se tornar um marco democrático, cultural e social. 

Foram cerca de 100 mil vozes no manifesto do Recife, segundo cálculo do Diario. Só na saída da passeata, na Praça do Derby, a PM calculou 52 mil manifestantes. Estudantes secundaristas concorrentes do Enem, universitários, promotores públicos, professores, autônomos e desempregados buscavam se agrupar entre conhecidos. Os segmentos não dialogavam entre si ao longo do trajeto, mas - pelos sorrisos - pareciam felizes com a descoberta de um novo poder de mobilização coletivo.

Cantavam o famoso “Eu sou brasileiro/Com muito orgulho”, dançavam ao som do maracatu ou batiam palmas para convidar os moradores dos prédios para descer e se juntar a todos. Grupos distribuíram rosas vermelhas. Os policiais andavam em equipes grandes, mantinham a distância dos manifestantes, circulavam sem arma de fogo e tinham na manga da farda uma faixa branca com a palavra “Paz”. Foram aplaudidos diversas vezes.

O protesto, fomentado sobretudo pelas redes sociais da Internet, foi tranquilo na maior parte do tempo. No final da noite, às 20h, um grupo de vinte pessoas depredou os prédios da Prefeitura do Recife, do Tribunal Regional do Trabalho e da Oi, jogando pedras e bombas juninas. A PM dispersou e prendeu pelo menos uma pessoa. Antes desse episódio, teve-se notícias de um arrastão na Avenida Guararapes, contido pela Polícia, que acabou novamente aplaudida; e a tensão defronte ao prédio da Assembleia Legislativa. Houve bate-boca entre policiais e manifestantes.

Mais informações : Diário de Pernambuco

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