O pessoal que tem mais de 50 anos hão de se lembrar de quantos sapateiros que haviam no bairro.
Lembro do italiano sr. Beppe, herói da Primeira Grande Guerra Mundial, do Atílio sapateiro, com seu bigodinho
impecavelmente aparado, que na época os galãs "glostorados" usavam. Do Mané, que a qualquer provocação,
explodia, principalmente se falassem mal do Corinthians, do português que era conhecido pelo apelido, referen-
te à sua aldeia natal, Izeda, aldeia pertencente a Bragança, inclusive terra natal do meu avô paterno. Do João chineleiro,
grande pescador , sempre calmo, com sua inseparável piteira, um verdadeiro artista nos calçados.
Muitos outros sapateiros, todos muito trabalhadores, às vezes fazendo um trabalho de restauro , porque na época
comprar um sapato novo não era fácil, pelo menos com constância e num bairro como o nosso.
Porque estou falando nisso, é que em todas as sapatarias havia um quadro do Padroeiro deles , São Crispim, cujo dia
é comemorado hoje e a quem saudamos.
São Crispim rogai por nós e protegei a indústria de calçados brasileira e a todos os sapateiros e defendei-nos dos piratas !
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