Objetivo é desenvolver trabalho de educação ambiental na região junto aos lojistas
Em visita à nossa redação, dia 19 de março último, os membros conselheiros titulares do CADES – Conselho Municipal do Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz da Subprefeitura Mooca – gestão 2014-2016, Péricles Formigoni e Wagner Wilson, anunciaram que recentemente fizeram visita à Associação Reciclázaro, dentro do Cefopea (av. Ariston de Azevedo, 10, Belém), e firmaram uma importante parceria com a entidade para tratar de assuntos como resíduos sólidos, educação ambiental e mobilidade urbana. A Reciclázaro tem o projeto Coleta Seletiva Solidária – Reciclando Vidas e lá funciona a Cooperativa Vitória do Belém.
O objetivo, segundo Péricles, presidente do Instituto Pró-Diversidade, é buscar a integração com a comunidade para fazer a usina de reciclagem da Reciclázaro funcionar com capacidade maior. Os dois pretendem, num primeiro momento, realizar visitas aos lojistas da região Brás/Pari para orientá-los sobre o lixo – têxtil e orgânico. “Vamos buscar uma forma de esse lixo chegar diretamente à usina de reciclagem”, disse Péricles.
Wagner Wilson, Péricles Formigoni e o jornalista Anderson Andrade, que fará os boletins mensais do CADES
Para ele, a situação do lixo no Brás tem um conceito histórico e cultural e tem a ver a formação do próprio bairro. Existem, segundo Péricles, três fatores que favorecem a proliferação do lixo: o descuido, a distância que existe, porque os lojistas não são moradores da região, e também, a falsa crença de que é caro ter atitudes sustentáveis, como reciclar e tentar reaproveitar o consumo consciente. “Os lojistas não ficam à noite para ver o impacto que isso gera em termos de qualidade de vida. E não existe um planejamento urbano, de forma eficiente, sobre como administrar esse lixo, integrando as pessoas aqui na região”.
Educação ambiental para moradores e lojistas
O CADES entende que a melhor saída para resolver esse problema histórico do lixo no Brás é capacitar lojistas da região e inclusive carrinheiros, por meio de educação ambiental. Péricles e Wagner estão dispostos a fazer essa capacitação. Existe um jogo de empurra-empurra, segundo ele, que começa na porta da casa do morador ou comerciante, vai ao depósito e depois chega até ao aterro. “Não interessa o descarte. A melhor alternativa é a reciclagem”, ressaltou Péricles. A ideia é desenvolver estratégias transversais que consigam aproximar o lojista da Reciclázaro e do CADES.
As galerias do Brás são muito antigas e já não suportam a sujeira, ficando entupidas. A consequência disso são os alagamentos, sobre o que a Subprefeitura Mooca tem realizado diversas obras de drenagem para o combate das enchentes.
Para Wagner Wilson, a empresa contratada pela Prefeitura responsável pela coleta de lixo, Loga, faz a sua parte. O problema é que a Loga não dá mais conta de tanto lixo.
Wagner disse que a educação ambiental do lojista do Bom Retiro, também um bairro têxtil, não é a mesma do lojista do Brás. “No Brás e no Pari, é um descuido total. Os moradores não aguentam mais tanta sujeira”, disse ele, finalizando a entrevista.
Fonte : Jornal do Brás
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