Matéria extraída do site da Paróquia de Santo Antonio do Pari.
O sábado Santo é o dia do grande silêncio, dia em que as igrejas permanecem fechadas, na espera confiante da ressurreição.
A Paróquia Santo Antônio do Pari celebrou neste sábado, dia 19 de abril, mais uma Vigília Pascal, que teve início às 20 horas, no lado externo da igreja, para a bênção do fogo novo. A Vigília foi presidida pelo pároco, Frei Adriano, e concelebrada pelo vigário, Frei Carlos, Frei Anacleto e Frei Brayan.
Após a benção e o acendimento do Círio Pascal, os paroquianos foram convidados a entrarem na igreja, para que então acontecesse a entrada do círio pascal, que é acompanhada do anúncio: Eis a luz de Cristo. Ao qual os fiéis respondem: Demos graças a Deus.
Após a entrada do círio, aconteceu a proclamação da Páscoa, o Exultet, que foi cantando pelo Frei Brayan. A Vigília prosseguiu com as leituras do Antigo Testamento, seguida pelo Glória.
Em sua homilia, Frei Adriano questionou o significado da ressurreição para cada um dos presentes. "Uma vida ressuscitada não significa continuação desta nossa vida. É uma vida nova, é uma nova existência. Que Deus espera que nós realizemos e experimentemos aqui na terra", afirmou.
O pároco também fez uma explicação sobre as leituras feitas. "As leituras desta noite mostram para nós o que significa ressuscitar, significa transformar o nada em tudo. Significa transformar a ausência em presença, significa transformar o obstáculo em passagem. Ressuscitar significa esta passagem, da morte para a vida. Quando não existe nada, Deus cria. Quando não existe o que ofertar, Deus envia para Abraão o cordeiro para o sacrifício. Quando existe um obstáculo à frente do povo, um mar a atravessar, Deus abre o mar para que o povo passe. Diante da cruz, Deus vence a cruz com a vida, com a ressurreição de Jesus", acrescentou.
E continuou sua reflexão indicando dois passos para experimentar concretamente a ressurreição. O primeiro: rolar a pedra! "Quer ressuscitar, quer experimentar esta vida nova? Role a pedra da sua vida. Peça ajuda a Deus, conte com a ajuda dos irmãos e irmãs, e role a pedra da sepultura da sua vida. Não deixe que as pedras, que os obstáculos, prendam a sua vida. Role a pedra! Quando Jesus está na sepultura nós vemos que vem o anjo de Deus e rola a pedra, tira o obstáculo, para que Jesus saia. Nada pode prender aquele que foi criado para a vida, assim como nós. Nós fomos criados para a vida. O que na sua vida é pedra? Qual é a pedra da sua vida que precisa ser rolada, ser retirada? É preciso rolar a pedra da nossa vida, porque senão nós ficamos presos na sepultura, e não foi para isso que o Senhor nos criou", afirmou.
E, em sintonia com a homilia do Papa Francisco durante a Vigília Pascal no Vaticano (confira aqui na íntegra), pediu que cada um retornasse para a Galiléia de sua vida. "É preciso voltar para nossa Galiléia. Foi lá que Jesus se encontrou e chamou os discípulos. Foi lá que Ele se encontrou com eles pela primeira vez. É o nosso primeiro amor. Na vida nós caminhamos muitas vezes esquecidos de Jesus. Caminhamos afastados dele, em Jerusalém. Não é em Jerusalém que o Senhor vai aparecer, no centro. Somente se nós voltarmos para nossa Galiléia, lá onde nós nos encontramos com o Senhor, poderemos vê-lo, experimentar sua presença viva no meio de nós e nós experimentarmos essa vida que não acaba", acrescentou.
E terminou a reflexão pedindo que os presentes não parem na sexta-feira Santa. "Quantos de nós param na cruz? Vidas que não se renovam, vidas tristes, cabeças baixas. Não, para o alto! Corações ao alto, nós rezamos. Deus quer de nós pessoas que acreditam Nele, que colocam Nele a sua esperança. Isso é ressurreição. Quando nós estamos tristes, estamos alegres, porque ele é nossa alegria. Quando nós estamos alegres, estamos alegres, porque ele é nossa alegria. Quando nós estamos preocupados, continuamos alegres, porque ele é nossa alegria. É o que o pobre nos ensina. Quem nada tem, só tem em Deus a sua esperança. Coloquemos em Deus a nossa esperança. Rolemos as nossas pedras", concluiu.
Após a homilia, houve a bênção da água e do Círio Pascal, e em seguida a renovação das promessas do batismo.
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