Houve no Pari, uma história que teve um pouco de Romeu e Julieta, ou melhor de Capuletto e Montechio. Ressaltamos novamente que os nomes são fictícios.
Fernando e Genoveva se gostavam desde crianças, quando estudavam juntos no ginásio. As famílias se odiavam. A dele descendente de portugueses , frequentadores do Serra Morena e corinthianos. A dela descendente de italianos fre
quentadores do Estrela do Pari e palmeirenses. As famílias moravam no mesmo quarteirão e havia provocação entre ambas.
Mas, o amor falou mais alto como sempre e o casal a tudo superou. Namoraram, noivaram e finalmente iam se casar.
A igreja matriz de Santo Antonio do Pari estava linda como sempre. A cerimonia foi emocionante, linda, tocante . O noivo abraçou toda a família da noiva em lágrimas. A noiva vice-versa. Parecia que as trombetas que tocavam na igreja comemoravam,não apenas o casamento , como tambem a Paz entre as famílias. Tudo em ordem, tudo bonito.
Após a cerimonia religiosa, todos seguiram para um salão do bairro, onde haveria a recepção. O salão estava lindamente decorado, as famílias cada qual a seu lado batendo papo, gargalhando. Os noivos recebendo os cumprimentos. Mas havia um cheiro de nitroglicerina no ar. Incentivada por seu pai, uma menininha pegou um docinho
e foi advertida por um menino da outra família. Pronto, o pavio foi aceso, houve desaforos de parte a parte. Explodiu um quebra-pau generalizado, um rififi como se dizia na época. Cadeiras voavam, tias desmaiavam, foi uma baixaria das grandes. A noiva era acalmada pela sua mãe. O noivo tentava apartar as brigas , que pipocavam aqui e ali. Brigavam desde os cinquentões ate a garotada. Uma garrafa de cerveja foi arremessada por alguem de grande pontaria , pois estourou com os noivinhos que estavam em cima do bolo da noiva. Foi contratado um conjunto ou banda como hoje denominam ,cujos membros, falavam ao microfone para o pessoal se acalmar e continuavam a tocar, tentando restabelecer a ordem.. Eis que num determinado momento, um pratinho de salgadinhos foi arremessado e acertou em cheio o rosto do líder da banda que estava ao microfone pedindo calma. Em seguida o bumbo da banda, com o nome grafado, foi furado por uma cadeira . De pacificadores, os componentes da banda pularam do palco e tambem entraram na confusão. Resultado, a briga terminou na 12 a. Delegacia n época na rua Itaqui.
Porem o final desta história é digno de contos de fada e não de Romeu e Julieta, os noivos foram e são felizes para sempre, até hoje , após décadas, tiveram dois filhos maravilhosos que lhes deram robustos netos. Como dizia o Júlio Gouveia da TV Tupi-Difusora, " entra por uma porta,sai por outra, quem quiser que conte outra." Jayme Ramos.
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