Parafraseando o Roberto Carlos, são tantas as emoçõexxxxxxx, são tantas as histórias. Poderíamos falar do sr. Manoel , pai do Alfredo da banca de jornais, já citado no livro do Laudo Paroni, que tinha várias máximas, entre elas, "Este é um Brasil à bruta, todos cagam onde querem e ainda sobra tempo" falando da situação política do Brasil , já na época uma bagunça generalizada.
Poderíamos falar do penalti que um jogador adversário e que morava no Pari tambem falou para o goleiro do Dragão Paulista. "vou chutar de chaleira e vou fazer o gol"ao que o goleiro retrucou que se fizesse isso o goleador iria ficar com a cara arrebentada. Bola na cal e o atacante nem toma distância, bate de chaleira e gol. Resultado: o atacante está correndo até hoje, sem olhar para trás, sessenta e seis anos depois do fato.E a movimentação havida na Itaqui, na Quarta Feira de Cinzas de 1977, quando numa pequena fábrica de doces, o proprietário , um portugues recem chegado das Guerras Coloniais d'África, matou a tiros duas pessoas e feriu outra. Tinha bala no revolver para mais um e o patrício não queria se entregar.Policiais famosos da época, tanto civis e militares, emissoras de tv ao vivo e o Cabral, era esse o seu nome só se rendeu quando usaram bombas de gás lacrimogênio. Cabral ficou preso anos a fio e ninguem no bairro soube do seu paradeiroNos anos 20, o melhor craque da várzea era dono de um futebol elegante, uma categoria rara mesmo na época, eu o conheci já bem idoso, como sempre muito bem trajado, falando um portugues irretocável.Seu apelido era Murinhana, que é o nome em italiano da berinjela, se não me engano. Quando era jogador do tradicional E.C.União Silva Telles, o Vovô da Várzea, morava com sua família na rua Silva Telles, vizinho aos meus bisavós. Certa vez, o Silva ganhou um torneio e ele chegou carregado em triunfo em sua casa e os torcedores gritavam a plenos pulmões o seu nome. No dia seguinte , a sua avó ( ex-escrava ) conversando com a minha bisavó,entre uma pitada no cachimbinho e outra , meneando a cabeça falava que o mundo ia acabar logo, onde já se viu um negro carregado em triunfo por brancos. Era o racismo arraigado na sociedade brasileira. Por falar em racismo, na venda do meu pai entre inúmeros , houve um comentário de uma freguesa dele, alemã, logo depois do fim da II Guerra, a um judeu sr. Abraão, sobre campos de concentração, que deixou o israelita lívido, pálido, sem qualquer reação. A alemã falou e se retirou. Após alguns minutos o sr. Abraão procurou saber o endereço da dona Berta e temerosas as pessoas não informaram. Vários dias o sr. Abraão, ficou procurando a germânica. Aconselhada por vizinhos, dona Berta, fugiu, sem deixar notícia. O racismo condenável em todas as suas nuances e que todos temos que combater ferrenhamente. São histórias do bairro que estão aí para serem contadas , principalmente às novas gerações.
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