Quando se fala numa pessoa sovina todos os antigos do bairro, hão de se lembrar de um personagem, a quem vamos dar o nome de sr. Brocolli. O nosso amigo não era má pessoa, tratava a todos amigavelmente, característica não só toda sua como tambem da sua ocupação, a de agiota.
Mas quando se falava em gastar dinheiro , sr. Brocolli arrepiava. Solteirão convicto, frequentador assíduo de vernissages, avant-premieres, inaugurações e todas as bocas livres possíveis e imagináveis. Palestrino e estrelano , porem só aos mais chegados manifestava a sua predileção, para não ficar mal com ninguem. Era visto como convidado ou não em festas do Luzitano, Silva Telles, Independência, Dragão Paulista, etc, ou seja era um como se diz " arroz de festa".
Seu café da manhã consistia em café preto com bolacha água e sal, que ele tomava no Econômico, banco onde ele tinha uma conta forte, voltando às 14.30 hs. que era a hora que saía o café, à tarde.
Há muitos anos tinha no Pacaembu um grande círculo de amizades , porisso entrava sem pagar pulando um muro pelos lados do ginásio. Como bom amigo que era , levava várias pessoas a entrar de graça, não sem antes pagarem sanduiches , sorvetes e refrigerantes a ele, como forma de agradecimento.
Ainda como prova do seu " altruísmo", às terças e quintas – feiras em sua grande casa, mais específicamente no quintal, havia o popular "banquete dos mendigos". O citado "banquete"consistia no seguinte, sr. Brocolli triste em ver a situação de desocupados, bêbados e mendigos conhecidos, arrecadava uma quantia mínima de cada um. Com esse dinheiro, comprava um pedaço de carne, fazia o molho e fazia uma farta macarronada "al sugo", acompanhada de jarras e mais jarras de água bem gelada. A única exigência de Brocolli e rígida por sinal, era de que os comensais estivessem com mãos limpas e cabelos penteados.Com o número grande de convivas ele exclamava aos amigos que não faziam parte da comilança que o pessoal ficavade barriga cheia a a bóia dele saía de graça.
Os outros dias da semana filava o almoço de devedores seus no centro da cidade, onde fazia o seu ponto , mais específicamente no largo da Misericórdia.
Quando faleceu sua morte foi sentida , pois sempre contava os seus feitos de pão -durismo com orgulho e com bastante humor e a todos agradava com as sua histórias.
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