Primeiramente, quero deixar clara a minha alegria de encontrar aqui tanta gente de uma época em que o Pari era um bairro tão querido, residencial, bucólico, quase que uma tranquila cidade do interior.O que me trouxe a estas páginas foi a curiosidade de saber se tinha no MySpace alguma comunidade do Grupo Escolar "Romão Puiggari", ou da Escola Técnica de Comercio "30 de Outubro", em frente e ao lado igreja do Bom Jesus do Braz. Parece que do "Camargo Aranha", que era na Piratininga, quase esquina com a Rangel Pestana, tem.
Não encontrando, comecei a garimpar os colégios onde eu costumava ir com os amigos ver as meninas que deles saíam, e me lembrei de buscar o Colégio Paulista, pois na minha memória ficou a imagem de uma das mais lindas estudantes que já vi em minha vida.
Estudava lá pela manhã, e eu, na época com dezesseis anos, já trabalhava como vendedor, dando os primeiros passos. Na hora do almoço, era sagrado estar por ali com meu amigo para ver a tal musa, que era namorada dele, o Marcão. Este meu amigo ficou famoso mexendo com carne no Bixiga, e ela casou com um dono de uma grande indústria de pecas de auto na época (colecionador de carros antigos).
Morava na Caetano Pinto e estudava no Pari, e era o nicho onde encontrávamos as mais lindas meninas para deleitar nossos olhos, pois, na verdade, na época, poder ver e conversar já era um grande passo; receber um beijo no rosto, então, era um sonho; na boca, um orgasmo.
E como não foi falado aqui até agora, quero resgatar que existiam muitas meninas do pari que estudavam no "Carlos de Campos", que era onde se encontravam os meninos e meninas do Pari com os meninos e meninas do Braz.
Quando eu namorava uma menina do noturno do Carlos de Campos, veio morar ao lado da igreja do Braz uma família que morava no "S" da Chavantes e tinha uma confecção lá, A Brasinha (depois Malhas Grilo), da Dona Eugenia, mãezona abençoada, querida por todos de tão carinhosa.
Daí então passei a conviver com outro amigo, o Rubens (Munhão), e passamos a frequentar as cinco esquinas (anos 60/70), onde tinha os bailinhos das cinco esquinas, as meninas da Conselheiro Belisário, da Carlos Botelho, da Chavantes, da Casemiro de Abreu.
A partir daí ficamos por muito tempo frequentando a Maria Joaquina, Mendes Junior, Joli, Rubino de Oliveira, Duque de Caxias, Padre Anchieta, Orestes Guimarães, Frei Paulo Luig, LASP – Liceu Acadêmico São Paulo.
Aliás, quem não se lembra da doceira Bauducco, onde a dona Eugênia me pegava pelo braço e dizia: "vem comigo até a Bauducco comprar biscoitos para o café da tarde"? E lá íamos nós, em frente a Ducal da Celso Garcia, ao lado da pastelaria sujinha do chinês, na Rubino de Oliveira (onde tudo começou), quase em frente à garagem dos troleibus, antes dos bondes.
O Pari era realmente abençoado. Nasci na Padre Lima, fui batizado na Igreja Santo Antonio e preciso ver se perdi meu registro da certidão de batismo com o incêndio.
Tive as namoradas mais lindas da minha vida no Pari. Uma, nunca mais vi; morava na Rua Canindé. Será que era a água que as faziam tão lindas? Ou os meus olhos que as viam tão belas?
Mesmo não achando ninguém das escolas onde estudei, acabei achando um com quem, por acaso, estudei e não sabia que era do Pari também, o Mario Liguori. Fala aí, Marinho, bom te ver por aqui e saber que você também é do Pari. Estudamos juntos, não sei se foi no Romão Puiggari ou na 30 de Outubro, ou nos dois, mas me lembro de ter te encontrado na padaria do Bosque da Saúde e você me deu um cartão da Confecções Camelo, mais de vinte e cinco anos depois, lembra? Há quase dez anos atrás?
Parei de ir ao Pari quando entrei na Fotoptica e logo fui promovido e levei junto comigo meu amigo Rubens (Munhão). Tem alguém aí do Pari que é de ótica?
Depois de alguns anos fui para a VASP (1980), como comissário de vôo. Tem algum do Pari aí?
Para não dizer que não falei das flores, faltam pessoas ainda não citadas aqui, como as greguinhas das cinco esquinas; do Tadeu, da Belizário; do Marinho despachante; do Chinin, da Bunny's Acessórios; do Bezerra, da Almirante (morava na Silva Telles); da Maria Rita, da vilinha da Almirante; do Ângelo, depois seu marido; do Wilson, da Santa Rita; do Dentinho; do Valter, dos automóveis da Bresser; do Giba Carioca (ele tinha umas irmãs lindas); da Silva Teles, depois da Santa Rita.
Nessa época minha vida se dividia em Carlos de Campos e Camargo Aranha à noite. De repente tinha uma amiga muito querida que ficou com vontade de comer cocada. Não deu outra: num instante, lá estávamos nós na praça do Pari comendo cocada cascão. Quem se lembra da baiana que vendia cocada quebra queixo no tabuleiro (anos 70)?
Quando tinha quinze anos, eu fazia figuração na TV Tupi junto com o Rubens (Munhão) e com o Baruqui (Francisco). Lá na época tinha um cantor que se chamava Paulo Avallone (como figurante), depois Paulo Henrique (como cantor), que dizia que morava na Joli e jurava que o Toni Ramos era do Pari. Verdade ou boato? Se for, cabe registro aqui, e quem souber mais, favor citar nos mínimos detalhes, pois deve interessar enaltecer um dos mais consistentes e competentes atores de todos os tempos da história da televisão e cinema do Brasil, e isso engrandeceria ainda mais o orgulho pelo nosso bairro, certo?
Por favor, os que queiram postar aqui ou no http://MySpace/Hernandes_Edison, vamos procurar resgatar mais, quem sabe até fazer um belo livro com histórias e fotos de todas as épocas e pessoas do querido bairro do Pari. Tenho certeza que cada pessoa que morou e viveu lá gostaria de ter, para mostrar e guardar o que sempre estará em nossas mentes e nossas vidas: o bairro do Pari.
e-mail do autor: frankedisonhernandes@yahoo.com
Extraído do site : SÃO PAULO , MINHA CIDADE
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