O engenheiro Francisco Carlos Ricardo é o novo subprefeito da Mooca, nomeado dia 2 de janeiro último pelo prefeito Fernando Haddad. A grande novidade na Sub Mooca é a descentralização dos serviços e do atendimento.
Profundo conhecedor da região Brás, o engenheiro Francisco está há 21 anos na Subprefeitura Mooca – ele ingressou em 1991 na gestão da então prefeita Luiza Erundina, como engenheiro concursado. Na época era engenheiro eletricista.
Fotos: Gil Cabral
Com o tempo, assumiu outras funções na antiga Administração Regional da Mooca – hoje Subprefeitura. Foi supervisor técnico de manutenção, onde cuidava do asfalto e da construção de praças, e depois supervisor técnico de limpeza pública – responsável aqui pelas áreas verdes e o lixo – foi quando começou a se interessar pelo meio ambiente. Francisco atuou intensamente nas reformas do Largo da Concórdia e Praça Agente Cícero.
Em entrevista ao Jornal do Brás, em seu gabinete, dia 21 de janeiro último, Francisco elencou as prioridades do momento para a região Brás/Pari. São elas a contenção das enchentes, com a limpeza das bocas de lobo nas ruas Miller, Oriente, Visconde de Parnaíba e viaduto Bresser, além do lixo, cuja coleta poderá mudar para o horário das 7h às 9h, não sendo mais no início da noite, nos moldes do Bom Retiro. Garantiu ainda que serão colocadas grades nas bocas de lobo e feita limpeza constante.
Novos Ecopontos estão sendo implantados, no Belém (embaixo do viaduto Guadalajara) e Água Rasa, informou ele.
Comissão do Lixo
Francisco disse também que está sendo criada uma Comissão para estudar o problema do lixo. Ele, que é pós-graduado em Gestão Ambiental e cuja monografia foi sobre a falta de áreas verdes no Brás, lembra que em 1999 o Brás tinha 0% de cobertura vegetal (área verde).
A par disso, Francisco quer aumentar o plantio de áreas verdes na região – uma de suas prioridades, em continuidade ao trabalho já executado pelo ex-subprefeito da Mooca, o coronel Sérgio Carlos Filho. Com isso, será intensificado o trabalho do CADES Mooca – Conselho Regional do Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz.
Plano Diretor
Outra preocupação é com a habitação e acessibilidade, por conta da Operação Urbana Lapa-Brás, em andamento. Desde 2002 não é finalizado o Plano Diretor, lembrou Francisco, e o zoneamento precisa ser revisto – hoje o Brás pertence às ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social, que impedem a construção de empreendimentos.
A feira de bolivianos da rua Coimbra esquina com a Bresser será estudada e a fiscalização intensificada, explicou. Segundo ele, os ambulantes terão que seguir normas de disciplinamento, para não atrapalhar o trânsito e a passagem de pedestres. “Eles não podem fazer comércio sem Termo de Permissão de Uso – TPU”.
Sobre templos evangélicos, alguns imensos, como o Templo de Salomão, que geram grande impacto ambiental, Francisco disse: “Temos que verificar as condições de infraestrutura para melhorar as condições na região e o polo gerador de tráfego”.
Hoje a Subprefeitura Mooca concentra 60% dos moradores de rua da Capital, informou Francisco, que já faz um trabalho junto à Secretaria de Assistência Social, por meio de abordagens com os desocupados.
Ele entende que o seu papel será o de ouvir as necessidades da população. “Esse contato já se intensificou”, disse, acrescentando que já conversou no gabinete com lojistas e associações do Brás e do Pari, entre elas as de bolivianos. “Eles ficaram muito felizes em saber que vai ter alguém que vai realmente ouvir eles”, promete Francisco, finalizando: “O Brás é um grande desafio. Eu vou trabalhar em parceria com a população”.
Francisco Carlos Ricardo tem 51 anos, é casado e tem duas filhas, Bruna e Natália, ambas de 18 e 16 anos, respectivamente. É bacharel em Engenharia Elétrica e Eletrônica pela Faculdade de Engenharia de Barretos, com MBA em Gestão Ambiental pelo Instituto Mauá de Tecnologia.
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