Caso
Barra Funda
Vídeo
duvidoso: agentes do Metrô são suspensos
Para perito, imagens que
mostram confusão entre seguranças e estudantes na Estação Barra Funda do Metrô,
requerem melhor apuração. Sindicato da categoria quer recorrer judicialmente da
decisão da empresa
Por
Márcia Dias
Quem não se lembra da confusão entre
estudantes e três agentes de seguranças na Estação Barra Funda do Metrô, na
zona oeste da capital no último dia 15 de março? O episódio completou um mês
hoje (15/4), e resultou na suspensão temporária dos seguranças envolvidos,
segundo as informações prestadas pelas assessorias de imprensa do Metrô e do
Sindicato dos Metroviários de São Paulo. O tumulto ocorreu quando os guardas
pediram a três estudantes que não fumassem nas dependências da estação, o que
motivou o bate-boca entre os envolvidos. Populares filmaram o episódio, cujo
vídeo teve ampla repercussão na internet. Os estudantes disseram que foram
agredidos pelos seguranças.
Atendendo ao pedido da reportagem, o perito
Ricardo Molina – que atuou em casos famosos como PC Farias e Eloá – analisou as
imagens exibidas e observou que, por estarem editadas, não se pode comprovar de
imediato que houve agressão, e por isso precisam ser melhor apuradas. Por sua
vez, o sindicato descartou a denúncia de agressão, alegando que os agredidos
fumavam maconha no local, e os guardas agiram em preservação da ordem pública.
Procurado pela reportagem, o Metrô se limitou em informar que “o processo
instaurado internamente para a apuração dos fatos ocorridos e os empregados
envolvidos receberam sanções administrativas”.
“O sindicato entende que os agentes
agiram em preservação da integridade pública, já que se constou que os
estudantes teriam fumado maconha, e até queriam embarcar naquelas condições”,
declarou a entidade, por meio de sua assessoria de imprensa.
O sindicato informou que entrou em
contato com os agentes envolvidos, e se predispôs a recorrer judicialmente
contra a suspensão que sofreram, já que eles possuem um prazo de cinco anos
para ingressarem com ação trabalhista. “O sindicato também tentou dialogar com
a empresa, mas não deu certo, já que ela não tem autocrítica para discernir os
fatos”, comentou.
E na opinião do perito Ricardo Molina,
as imagens da confusão na Barra Funda precisam ser analisadas com cuidado, já
que demonstram indícios de que foram editadas, o que interfere na apuração do
que realmente aconteceu na estação do Metrô.
“A princípio, houve cortes nas
imagens, o que dificulta saber o que realmente aconteceu lá. Tudo indica que houve
um rigor excessivo, mas isso vai depender de interpretação jurídica, e é
preciso apurar o que causou isso. O que levou os seguranças a imobilizarem um
dos estudantes? Se um deles tentou invadir o recinto, os seguranças não estavam
errados. Aparece um segurança erguendo o cassetete. Por que ele fez isso?”,
observou o perito que, a princípio, descartou a caracterização do crime de
agressão no vídeo.
“Se houve agressão ou não, o que
poderia comprovar é uma marca vermelha que apareceu no pescoço de um dos
estudantes. E somente o exame de corpo de delito pode comprovar isso”,
finalizou.
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Márcia Dias, jornalista freelancer e proprietária da JORNALISTA DE PLANTÃO (www.jornalistadeplantao.com.br).
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