AS PERIPÉCIAS DE ZUZU
Jayme Antonio Ramos
Claro, que o nome é fictício , como em todas as histórias que contei.
Mas , chamemos de Zuzu , um antigo morador do Alto do Pari, um
dos muitos que primavam por verdadeiros quadros cômicos, só que
na vida real.
Zuzu , posso dizer , que era um cleptomaníaco, nem de longe , com -
rá-lo aos violentos assaltantes , aos corruptos políticos dos mais va-
riados matizes dos dias de hoje. Era um gozador , gaba-se de suas façanhas , não usu-
fruindo materialmente , nem lucrando, o que furtava dava a algumas
pessoas que encontrava pelas ruas, digamos um Robin Hood do bair-
ro.
Na época, lá pelos meados dos anos 50, vendia-se aves vivas nas feiras-
livres.
Pois bem aparece o Zuzu no Pif-Paf , dando a quem quisesse uma galinha e indaga-
do se a havia comprado, respondeu que estava passando pela feira e eis
que percebeu um movimento embaixo de um seus braços e acreditem,
a galinha saiu voando e veio alojar-se em seu sovaco.
Havia uma lojinha, que vendia artigos finos para senhoras e na porta exi-
bia um sapato em cima da caixa, Zuzu pegou aquele pé, somente aquele
pé e passou a mão .
Saiu dando a quem quisesse e quando lhe perguntaram sobre o outro, di-
zia às gargalhadas que era para a mulher do saci - pererê.
E as pataquadas que ele contava faziam rir ao mais austero dos interlocu-
tores, era uma figura típica de um tempo alegre do nosso bairro.
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