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Falece Frei Luís Sartori, o pioneiro da Pastoral do Mundo do Trabalho


Falece Frei Luís Sartori, o pioneiro da Pastoral do Mundo do Trabalho

Frei Luís (sentado ao lado de Frei Agostinho Piccolo) celebra os 60 anos de sacerdócio no dia 22 de dezembro de 2007, na Igreja Santo Antônio do Pari.
Aos 88 anos, faleceu na madrugada desta segunda-feira (27/8), em São Paulo, Frei Luís Maria Alves Sartori, o pioneiro da Pastoral do Mundo do Trabalho. Segundo informações do guardião Frei Gilmar José da Silva, da Fraternidade Santo Antônio do Pari, Frei Luís veio a falecer às 2h50 da madrugada desta segunda devido a uma broncopneumonia e infecção generalizada. Ele lutava há anos contra um câncer de próstata e a doença de Parkinson. Seu corpo está sendo velado na Igreja Santo Antônio do Pari e a Missa de corpo presente será às 14 horas.
Frei Luís ficou conhecido em todo o país pelo seu trabalho na pastoral operária, que teve início em 1968. Quando estava iniciando o seu ministério presbiteral em Niterói, em 1950, fez o Curso de Doutrina Social da Igreja e realizou, com sucesso, a Primeira Semana Social. Acabou enviado pelo então Ministro Provincial, Frei Ludovico Gomes de Castro, para São Paulo, a fim de realizar um trabalho pastoral e social no então bairro operário do Pari, que na época tinha 800 pequenas e médias empresas. Desde então, nunca mais deixou o Pari.
Aos poucos, a pastoral cresceu e foi envolvendo grandes empresas, como a Ford, Kibon, Filizola, Alcan (Ouro Preto), Ata (Petrópolis), Mineração Geral do Brasil (Mogi das Cruzes) etc. Em 1963, recebeu autorização do Ministro Geral da Ordem Franciscana, Frei Constantino Koser, que havia sido seu confessor e diretor espiritual em Petrópolis, e do então Ministro Provincial, Frei Walter Kempf, para fundar uma comunidade operária, que, segundo ele, era “uma inspiração que há tempos vinha surgindo cada vez com maior e crescente vigor de poder levar uma vida que estivesse ao lado do operário, especialmente dos mais necessitados”.
Frei Luís construiu a sede da Pastoral do Mundo do Trabalho na Vila Guilherme, onde ganhou um terreno doado “por um ateu”, segundo seu depoimento. Com o crescimento do apostolado, Frei Luís ganhou o reforço de dois frades: Frei José Alamiro Andrade Silva e Frei Antônio Sperandio. “Mais tarde, com a vinda de Frei Luís Flavio Cappio, nosso ‘barraco’ ficou pequeno e tivemos que dividir a comunidade: Frei Alamiro e Frei Sperandio foram para a Vila Brasilândia e Frei Cappio e eu ficamos na Comunidade Nossa Senhora Operária”, explicou Frei Luís em depoimento às “Comunicações” da Província da Imaculada Conceição.
Em seu apostolado, debatendo com operários em suas fábricas as soluções da Doutrina Social Católica para os seus problemas, Frei Luís teve uma ‘nova inspiração divina’ e fundou a Congregação das Missionárias de Cristo Operário em 1959. Era mais um reforço neste trabalho de evangelização. Elas ajudavam a organizar retiros mensais para grupos de 30 operários, orientavam e visitavam as comunidades familiares da Virgem Operária, sustentavam equipes de apostolado dentro das fábricas, ministravam cursos de formação religiosa e catequese, além de orientarem empresas comunitárias de artesanato de produção.
O frade
Frei Luís Sartori nasceu em Ouro Preto, MG, no dia 23 de junho de 1924. Seu discernimento vocacional começou depois que leu um livro sobre a vida de São Francisco. “Nem conhecia os franciscanos. Uma vez, numa gruta em Ouro Preto, peguei pneumonia e bronquite. Durante um mês de convalescença me veio o chamado de Deus ao ler a vida do Santo de Assis”, explicou.  Ingressou primeiro no Seminário Menor de Mariana (MG) e mais tarde decidiu ingressar na Ordem Franciscana, quando teve a orientação de Frei Tito Harding, em Curitiba, durante dois anos (1942-1943). Ele vestiu o hábito franciscano no dia 2 de fevereiro de 1942 e foi ordenado presbítero no dia 22 de dezembro de 1947.
Em 1971 foi eleito Definidor da Província por três anos (até 1973). Desde 2007, residindo na Vila Guilherme, vinha lutando contra o câncer. Publicou mais de 30 livros sobre a pastoral operária e bíblica. Mesmo com dificuldades devido à doença, nos últimos anos nunca deixou de escrever.

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