LOJISTAS DO BRÁS IMPEDEM PLANTIO DE ÁRVORES
Bairro é o único da cidade sem área verde. E o Verão está chegando
Eduardo Cedeño Martellotta
Waldemar Carlos Kremer, da Subprefeitura Mooca, que faz um trabalho ambiental na região do Brás, disse na última reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Subprefeitura Mooca – CADES, ocorrida dia 27 de agosto último, que falta conscientização e colaboração de alguns lojistas no plantio de mudas de árvores que está sendo executado pela Sub Mooca.
“O agravante é que essas pessoas autorizaram a Prefeitura a fazer o plantio, mas na hora de fazermos a abertura na calçada, proíbem”, explicou.
Waldemar citou como exemplo a rua Joli, no bairro do Brás, onde inicialmente 120 árvores seriam plantadas ali. Esse número, informou, caiu para 54, e em seguida, ficou apenas em 30. “Vinte e quatro pessoas proibiram”, lamentou ele.
Outra rua que receberá mudas de árvores é a Cachoeira, acrescentou Waldemar, mas isso só será possível com a compreensão dos moradores e comerciantes do local.
Com o tempo seco ultimamente, informou, as folhas tem secado e são perdidas as mudas, disse Waldemar, que classificou o Brás como um “sertão dentro do Centro de São Paulo”, devido à ausência de áreas verdes. Ele informou que estão sendo plantadas uma média de 70 a 80 árvores por mês “Ainda é muito pouco, temos muito a fazer”.
Em relação a outros lugares, na Comgás, informou ele, foram perdidas 11 árvores devido a problemas na tubulação. Na avenida Rangel Pestana será feito mais plantio de árvores, a maioria ipês, até a Estação Brás da CPTM. Outra novidade é que o SESC Belenzinho vai trabalhar em parceria com a Sub Mooca nos plantios.
Vandalismo e destruição de árvores
Pela primeira vez na reunião do CADES, Péricles Formigoni, presidente do Instituto Pró-Diversidade e membro do Conselho Gestor do Parque Benemérito José Brás, reclamou que caminhões destruíram árvores plantadas no entorno do parque. Outro problema é que os pedestres “atropelam” as árvores nas calçadas.
Segundo Waldemar, de cada 100 árvores plantadas, são perdidas 30. O custo de uma árvore está em torno de R$ 1.000,00. Açaí, pau-ferro e ipês estão entre as espécies plantadas. As mudas medem de 3 a 4 metros de altura.
Ciclofaixa no Brás e no Pari
Outro assunto discutido na reunião do CADES é se a região Brás/Pari terá uma Ciclofaixa de Lazer.
Em contato com a nossa redação, o Departamento de Imprensa da CET informou que até o momento não existem projetos de continuação da Ciclorrota da Mooca para o Brás, ou de implantação de Ciclofaixas no bairro do Pari.
As reuniões do CADES acontecem toda última segunda-feira de cada mês, às 18h30, na Sub Mooca – rua Taquari, 549.
Waldemar lamentou a falta de colaboração dos lojistas da Joli
Wanda Herrero, presidente do Conseg Brás/Mooca está sempre nas reuniões do CADES
Adriana e Zenaide são do Mooca Verde
Silvio Mendes, conselheiro titular do CADES Mooca, falou sobre Impacto Ambiental de Vizinhança para grandes obras. A contrapartida, segundo ele, não está sendo justa. “A construção alta gera sombra e vento”. Para ele, o Projeto de Lei 414/2011, do Executivo, que define critérios para a apresentação de Estudo de Impacto de Vizinhança e de Relatório de Impacto de Vizinhança (EIV/RIVI), não está claro
Fernando Santos Hora, conselheiro titular do CADES Mooca, contou que todos os conselheiros do CADES estão fazendo um Curso de Capacitação. Sobre o Impacto Ambiental, disse: “Vamos levantar posse dos documentos dos empreendimentos para trazermos embasamentos para a sociedade"
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