Foto: Beto Noffs / divulgação Roberto Morroni Noffs ou simplestemente Beto Noffs, como é conhecido o DJ e produtor paulistano, atua na cena eletrônica underground desde o começo da década de 90. Além da música eletrônica, Noffs também administra uma metalúrgica. Sua primeira apresentação ocorreu em 1994, no clubeFourtress , em Serra Negra (SP) com versões de bandas como Front 242 e Depeche Mode. Com o surgimento das "raves" no Brasil, ele se dedicou ao estilo minimal trance, com seu projeto Kompset, o que lhe rendeu algumas faixas espalhadas pelo mundo, em coletâneas junto a artistas de peso. Apresentou o primeiro Live PA do clube Klatu (São Paulo), e logo após lançou o álbum Buzzer, pela Kagdila Records, nos Estados Unidos. Entre os seus trabalhos também está a trilha sonora, para o desfile da marca carioca "Daspu", que ocorreu no clube Gloria. Além de atuar na cena eletrônica, Noffs tem uma metalúrgica em São Paulo. Em entrevista exclusiva, o artista fala sobre a carreira e como é trabalhar em duas áreas tão distintas. Entrevista concedida à Vivian Silva – Redação RMC. Vivian Silva – Beto, me fale um pouco sobre sua atividade na metalúrgica. Como entrou nesta área? Beto Noffs - A metalúrgica tem quase 50 anos e é uma herança de família, eu estou envolvido nesta atividade praticamente desde que nasci (risos). Eu voltei para São Paulo há dois anos, para assumir a administração da empresa, já que meus pais estão no momento de se aposentarem. Fabricamos equipamentos para iluminação de shows (carcaças), um pouco de equipamento para garimpo e itens para irrigação. Nossa empresa fica no bairro do Canindé. Fiquei fora apenas por 9 anos, período que morei em Serra Negra e Monte Sião, quando me dediquei a área da confecção. Vivian Silva - Como é conciliar profissões tão diferentes? Beto Noffs - Dividir o tempo em duas atividades tão diferentes realmente não é fácil, mas durante o dia em uma, e a noite em outra, eu concilio numa boa. Vivian Silva - Você pensa em viver apenas da música e do seu estúdio, o Electrusk Estudio? Por quê? Beto Noffs - Creio que eu não deixe de lado uma empresa de quase 50 anos, para viver de música. Ainda que a música eletrônica, por mais crescente que esteja no Brasil, não fará com que eu abandone uma atividade, que vem da geração de meus avós. Vivian Silva - Para produzir suas músicas você utiliza qual equipamento e software? Beto Noffs - No momento uso o Ableton Live com VST's, um controlador M-Audio e monitores Alesis MK-2. No live utilizo uma APC 40, uma mesa Mackie 1202, um EFX Kaos Pad da Korg . Tenho um Juno 106, um Alpha Juno II, um Novation Desktop e alguns outros módulos, mas por uma questão de praticidade, hoje uso mais os vsts. Vivian Silva - Atualmente, quais vertentes da música eletrônica você prioriza em suas produções? Beto Noffs - Depois de começar no EBM e industrial em meados de 93, com a explosão das raves passei alguns anos trabalhando com o minimal trance, que me levou a distribuir faixas em países como Japão, Portugal, Estados Unidos e Brasil. Hoje, minhas produções apesar de um estilo bem particular, fica entre o electro e EBM. Vivian Silva - Você participa dos projetos de música eletrônica, "Electrosco" e "Dead Cash" . Me fale um pouco sobre eles. Beto Noffs - Electrosco foi um momento de descontração na minha trajetória como produtor. Nos anos em que morei no interior, conheci um amigo chamado Laerte HC, que por uma simples brincadeira formamos este projeto. Eram bases sujas e pesadas, com um apelo de bom humor. Letras em português e performances com máquinas de tricot e furadeira, faziam parte do show. Nos finais dos tempos interioranos, conheci outro amigo chamado Vinicius Meneghetti, um grande musico na área do Jazz. Na época fui convidado para fazer parte de uma coletânea virtual, então chamei o Vinicius e o colombiano Andrés Cadena (Ind.Fx), que reside em Bogotá, ele além de amigo é produtor e engenheiro de som e quem masteriza minhas músicas. E desta outra brincadeira surgiu oDead Cash. Em praticamente 3 meses finalizamos 13 faixas e estamos com o CD pronto a procura de uma gravadora. Vivian Silva - Você tem novidades musicais? Quais? Beto Noffs - A pouco tempo resolvi agregar um vocal feminino em meu trabalho. Fiz uma faixa bem estilo EBM e chamei Jessica Gabrielovna para fazer os vocais. Ela por ser russa, conseguiu dar ao meu trabalho um ar bem frio com a letra cantada em russo. Depois da Jessica fiz parceria com Gabriela Russo Bassani, uma grande compositora que também esta participando do meu Live como vocalista. Mas a grande novidade foi a versão que fizemos paraHeadhunter do Front 242, creio que seja a primeira versão com um vocal feminino deste clássico. Vivian Silva - Onde o público pode acompanha a sua agenda? Beto Noffs - Em meu facebook e em breve também no site www.noffsmusic.com.br, onde além da agenda, haverá fotos por onde passei e até mesmo uma loja virtual, para adquirirem produtos Noffs Live e Electrosco. |
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