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Coronel Chaves: "O elemento surpresa será invertido, pois a população irá acionar a PM antes mesmo do delito"
Quarta-feira, 27/06/12 - 06:45
Vizinhança Solidária: todos juntos no combate ao crime
O programa Vizinhança Solidária começou a ser implantando no bairro do Itaim Bibi depois de uma reunião entre moradores, comerciantes e representantes da Polícia Militar na região. O encontro aconteceu nesta terça-feira (26), no saguão de um prédio na Rua Joaquim Floriano, e permitiu que a população do bairro tirasse as dúvidas com a polícia. Até o início da reunião, 40 estabelecimentos já tinham feito o cadastro no programa.
A Vizinhança Solidária tem como principal objetivo a parceria entre polícia e comunidade para garantir a sensação de segurança da sociedade. Para o comandante da 3ª Cia do 23º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), capitão Marcos Daniel Fernandes, o projeto é importante porque haverá a contribuição de toda a população em prol de um bem comum: a segurança.
“A Vizinhança Solidária vai envolver a participação de toda a sociedade. De síndicos, moradores, comerciantes, até as pessoas que circulam no bairro. A polícia irá apontar onde o estabelecimento é vulnerável e emitiremos um laudo para que o responsável pelo local saiba dos pontos fracos e possa corrigi-los, tornando a comunidade mais preparada para enfrentar qualquer tipo de incidência criminal”, afirmou.
Os comerciantes e síndicos que se interessarem pelo programa precisarão se cadastrar e assinar um termo de compromisso e adesão. Depois, a PM fará uma visita ao local e analisará os riscos do estabelecimento, produzindo um laudo sobre a vulnerabilidade do comércio. Uma placa será colocada para indicar que o lugar faz parte do programa Vizinhança Solidária.
Além disso, policiais que atuam no bairro farão palestras de orientações de segurança para os proprietários, gerentes, funcionários e moradores. As ações vão aprimorar o processo de comunicação e aproximação da comunidade com a Polícia Militar e qualificar as rondas policiais da região.
Participação da população
De acordo com os organizadores, a participação mais ativa da população só trará benefícios para a cidade. Para o responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Marcos Roberto Chaves da Silva, “serão mais 11 milhões de pares de olhos que ajudarão a polícia da Capital a monitorar e reduzir a criminalidade”.
“O elemento surpresa será invertido, pois a população irá acionar a PM antes mesmo do delito. O cidadão que está passando na rua e observar que todos em um restaurante estão no chão, o que é um fato que chama a atenção, poderá acionar a polícia. O morador de um prédio que observar que uma pessoa está passando várias vezes em frente a um comércio, deve ligar para o 190 para que a PM vá verificar”, disse.
Outro benefício é que a comunidade sabe exatamente como é o dia a dia daquela região, então em qualquer caso de anormalidade, poderá entrar em contato diretamente com o 190. “Não é interferir na vida do seu vizinho, mas é participar da segurança pública do bairro”, concluiu o comandante.
Expansão para todo o Estado
A Vizinhança Solidária é um modelo que surgiu na Inglaterra para tentar diminuir a criminalidade com a ajuda da população, principalmente após idosos passarem a ser vítimas de assaltos. Aqui no Brasil, o projeto começou a ser implantado na cidade de Santo André em 2009, quando 14 bairros aderiram ao programa. O resultado foi a redução dos índices criminais de 12 bairros para zero e os outros dois diminuíram em 50% os crimes.
Agora, a Vizinhança Solidária será expandida para todo o Estado de São Paulo. O responsável pela divulgação do projeto, capitão Temístocles Telmo Ferreira Araújo, da Coordenadoria de Operações da Polícia Militar, explicou que para participar do programa é preciso ter uma associação que represente o bairro e depois procurar a Companhia de Polícia Militar da região.
“O ideal é que a comunidade se mobilize e procure o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) ou uma associação de bairro para depois procurar a PM, pois é uma parceria. Trata-se da união entre sociedade e polícia com a finalidade de melhorar, ainda mais, a segurança pública”.
Combate aos arrastões
A estratégia de implementar o programa foi fruto de uma reunião do governador Geraldo Alckmin, com o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, com o comandante geral da Polícia Militar, com o delegado-geral da Polícia Civil e representantes de bares e restaurantes, como tática de combate aos arrastões em restaurantes. Mais de 30 suspeitos de roubar os estabelecimentos comerciais já foram presos pelas polícias de São Paulo.
Gabriela Amaral
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